quinta-feira, 23 de abril de 2009

**Tragédia de columbine**
O sequestro do ônibus 174
Tragédia de columbine ficou conhecido como o seqüestro do ônibus 174, que ocorreu no Rio de Janeiro, em julho de 2000. A desastrada e criminosa ação do Bope resultou no assassinato de uma refém, a professora Geísa Firmo, e do seqüestrador, Sandro do Nascimento . pelo documentário “Ônibus 174”.Representações distintas sobre uma tragédia em que se mesclam histórias de abandono, descaso social, racismo e a lógica assassina dos órgãos de repressão,, contudo, diferem em muito mais do que o fato de que um é “documentário” e outro “ficção”. Na verdade, ao “recontar” a história com o sempre admitido objetivo, “Última Parada” produz uma versão que joga o grosso da história para o campo das tragédias pessoais. A ficção atribui o absurdo final da história de Geísa e Sandro a uma espécie de sucessão de erros causados tanto pelo caso Pra começo de conversa, é necessário lembrar que as manifestações artísticas não podem ser avquanto pela dura realidade que cercava a vida destes seres humanos transformados em aliadas pela fidelidade ou não à realidade. . Ambos devem ser vistos como “discursos” ou reflexões sobre a realidade, sempre impregnados pela complexa e dialética relação que os diretores e artistas envolvidos numa mantém com a ideologia dominante e com a própria realidade.
Neste sentido, a seqüência que antecede o seqüestro é reveladora. No caminho para o ônibus, uma decepção amorosa, um copo quebrado, uma sirene do carro da polícia e muita cocaína detonam em Sandro o “monstro incontrolável” que o Brasil acompanhou pela TV nas intermináveis horas do seqüestro. Como que num folhetim barato, Sandro caminha para seu “clímax”, como se conduzido por uma sucessão de coincidências e erros. Ele caminha para cumprir um “destino” pré-determinado do qual não poderia escapar, a não ser por pura sorte ou pela intervenção de “alguém” (um amor, uma mãe, um irmão, bem ao estilo das novelas).Como todos sabem, a vida real foi bastante mais cruel. Geísa foi morta por um disparo infeliz de um soldado do Bope. Sandro foi covardemente asfixiado dentro do camburão. Todos os policiais envolvidos foram inocentados e meninos e meninas de rua continuam se multiplicando aos milhares, transformando-se, cotidianamente, em sujeitos e vítimas de todo o tipo de violência.
O documentário de Padilha também tem a sua cena final em um cemitério. Contudo, em “Ônibus 174”, o que vemos é o caixão solitário de Sandro, carregado apenas pelo coveiro, e acompanhado por Dona Elza, que o havia adotado como filho. O desolamento da cena faz ecoar as vozes de crianças de rua, que, no início do documentário, comentam, enquanto a câmera sobrevoa o Rio, “que não tem mais jeito de ser feliz”. Uma constatação que, como lembra Yvonne Bezerra, a assistente social que acompanhou boa parte da vida de Sandro, tem tudo a ver com a realidade. Das 62 crianças que sobreviveram ao Massacre da Candelária, 39 foram assassinadas nos anos seguintes e muitas estão desaparecidas.